Especialista recomenda a reposição hormonal, mas alerta sobre alguns riscos.
A proximidade dos 50 anos causa uma verdadeira mudança no corpo da mulher, com a chegada do climatério e da menopausa, período em que a mulher sofre com ondas de calor intenso (fogacho), insônia, variação de humor, depressão, ressecamento vaginal, perda de massa óssea, diminuição da libido, ganho de peso, enfim, uma “revolução” produzida pela redução natural dos hormônios estrogênio e progesterona.
Uma das opções para melhorar os sintomas da menopausa é a reposição hormonal. No entanto, a chefe do serviço de Endocrinologia do Hospital São Francisco de Paulo, na Tijuca, Ana Cristina Belsito, afirma que é preciso individualizar o tratamento e avaliar seus benefícios caso a caso.
“Se, por um lado, a reposição hormonal reduz os riscos de osteoporose, insônia, problemas cardiovasculares, sintomas depressivos e melhora a libido, por outro, a reposição hormonal prolongada aumenta os riscos de câncer de mama”, alerta a médica.
Segundo a especialista, a terapia de reposição hormonal (TRH) também aumenta a densidade mamária, o que dificulta o diagnóstico de lesões iniciais através da mamografia. No entanto, Ana Belsito ressalta que a TRH é segura se bem indicada e houver acompanhamento adequado com especialistas.
A endocrinologista destaca que o tratamento não é recomendado para mulheres com casos prévios de câncer de mama, alguns tipos de câncer de ovário ou endométrio, e também em casos de parentes de primeiro grau com câncer de mama antes da menopausa.
“Também não se deve prescrever em casos de doença tromboembólica (coágulo na circulação sanguínea, prejudicando o fluxo nas veias pelo organismo).”
A médica recomenda que, antes de iniciar a terapia hormonal, é preciso fazer uma avaliação da mama, preferencialmente com um mastologista, e do endométrio (tecido repleto de vasos sanguíneos e glândulas especializadas que reveste a parede interna do útero).
“É preciso também realizar uma ampla análise da parte metabólica, com exames de colesterol, glicemia, hepatograma e densitometria óssea”, recomenda. “A reposição hormonal é boa para a mulher, mas precisa ser feita de forma segura, sem que haja contraindicação”, completa Ana Belsito.
Para mulheres que tiveram problemas de saúde, é preciso consultar o médico. Para mulheres que tiveram câncer de mama, ela recomenda que o médico que assiste a paciente indique outro tratamento para aliviar os sintomas da menopausa, já que a reposição hormonal não é indicada.